E seremos a geração que...
morreu sem realizar o que queimava no coração dela.
“E seremos a geração que dança. E seremos a geração que canta.” E daí? Grande
coisa. Vamos ser honestos, quem sonhava com isso. Eu não. Sei lá, mas eu
sonhava com algo tipo missões, ganhar almas, marcar minha geração, morrer pelo
evangelho. Pode me chamar de José se quiser, o sonhador, não me importo, pois
não coloco muito valor na palavra, ou melhor, critica de alguém que depois de
muitos anos ainda está tentando pular como um coelho nas conferências
realizando seu sonho de ser a geração que canta e dança. Deus me livre!
Eu acho que a coisa que mais me irrita hoje, além do lixo sendo pregado nos
púlpitos, é que foi isso que nós vendemos para uma geração; uma geração que
está agora casada, barriguda, e que nem dança mais, pois tem medo de enfartar.
Caraca, o que aconteceu? Onde nós erramos? Era tanto potencial e disposição e
agora é “comunhão na casa de Fulano”.
Quando era para nós enviarmos eles, nós seguramos, pois queríamos o grupo maior
da cidade.
Eles queriam ser missionários, então ensinávamos umas peças, pintaram seus
rostos e os levaram para a praça mais perto para que pudessem ser completamente
humilhados e nunca falar de missões de novo. Só pra saber, “Aquilo era
missões?”.
E agora tem entrado uma nova geração e nós estamos cometendo os mesmos erros e
pecados. Quando olhamos para os jovens da igreja, é obvio que temos falhado em
capturar seus corações e imaginações. Nós temos falhado em dar a eles uma razão
de viver, uma causa pelo que dar as suas vidas. Nós temos falhado em mostrar
algo a eles tão importante que vale a pena morrer por ele.
Quando você olha nos seus olhos não há fogo, não há vida. Vida para eles é
quatro horas na frente do computador batendo papo com seus amigos virtuais. Mas
eles não têm nada que queima no coração deles, que faz eles sair da cama na
manha, que possuí eles. Eles não têm nada pra que viver e bem menos nada pelo
que morrer.
Nós falávamos para eles que Deus queria os usar e depois os fechamos em prédios
com bandas, pizza e luzes coloridas para gastar a noite dançando e cantando
enquanto o mundo lá fora está passando fome, morrendo e indo para inferno. Será
que é isso que estávamos referindo quando falávamos que “Deus quer os usar”?
Será que não tem mais? E se eles mostram uma preocupação com aqueles fora da
“terra protegida”, nós falamos que não são preparados, que sua hora vai chegar.
Por enquanto, é festa e alegria. Pegue mais um pedaço de pizza.
Nós falávamos para eles que podiam mudar o mundo enquanto eles nem sabem como
mudar as suas próprias vidas. E em vez de confrontar eles na maneira que vive e
seus valores, nós mudamos a estrutura da igreja para acomodar eles. Nós criamos
“namoro santo” e colocamos “play stations” na sala de oração. Mas, não muito
tempo depois, a nossa estrutura não os satisfazia mais. Em vez de treinar eles,
nós temos entretido eles. Em vez de desafiar eles, acomodávamos e acabávamos
frustrando e perdendo eles, pois a verdade é que não era isso que eles queriam.
Cada geração precisa de uma bandeira pra levantar, uma causa pra abraçar, algo
para dar as suas vidas, mas em algum lugar no caminho somente Jesus e salvação
não passaram de ser suficientes. Somente alcançando os perdidos parecia de ser
algo comum demais. Então, nós começamos falar em milagres e mortos
ressuscitando. Nós tentamos criar coisas melhores mais barulhentas, mais animadas,
projetos que iam no fim fazer nada mais do que ocupar seu tempo e os fazer
pensar que estavam fazendo algo enquanto não estavam realizando nada. Nós
críamos uma geração que canta e dança, mas não faz nada mais do que isso, e
eles sabem disso. Ninguém foi enganado e eles ainda estão tentando se descobrir
e achar seu propósito, sua razão de viver, e morrer.
Preguiçoso, desinteressado, não produtivo: termos que muito bem podem ser
usados para descrever essa geração que uma vez tinha esperança em ser usada e
marcar o mundo. Mas, por quê? Por que nós não demos nada pra eles fazerem de
verdade. E vamos ser honestos, esperando é ruim. É agora ou nunca. Nós os
desafiamos agora, nós os treinamos agora, nós investimos neles agora, ou nós os
perdemos para sempre.
• 75% dessa geração estão deixando a igreja para não voltar mais.
Considere isso uma carta de um velho que chora para a juventude, que lamenta
tanto potencial perdido, que quer pedir seu perdão.